Anselmo Duarte era
considerado o grande galã do cinema nacional mas sonhava dirigir filmes após os
anos como ator na Atlântida e Vera Cruz. Oswaldo Massaini foi quem deu a
Anselmo a oportunidade de se lançar como diretor com uma história policial da
dupla Jorge Dória-Jorge Ileli. O próprio Anselmo fez o roteiro com cunho menos
policialesco e mais voltado para as antigas chanchadas ainda tão ao gosto do
público. Anselmo sabia bem o que estava fazendo ao narrar como Zé do Lino (ele
mesmo), um modesto linotipista com prodigiosa memória participa de um programa
de TV aos moldes de “O Céu é o Limite”. A máfia do boxe vê ali uma oportunidade
de diversificar suas atividades com apostas fraudulentas que envolveriam o
honesto Zé do Lino. Este, juntamente com outros gráficos e mais o campeão de
boxe Paulo de Jesus, vence a quadrilha. Anselmo demonstra o domínio da
linguagem cinematográfica com tomadas de câmera inventivas e ritmo perfeito
entre as sequências cômicas e as de ação. Certo que há os inevitáveis números
musicais, ainda que excelentemente coreografados e foi o brilhante maestro
Enrico Simonetti quem assinou a ótima trilha musical neste filme que muito
agradou às plateias e à crítica. Como ator Anselmo é, como de hábito, discreto,
ficando o brilho maior para Odete Lara, enquanto Dercy Gonçalves se excede em
seu histrionismo. A oficina da Última Hora, no Vale do Anhangabaú (SP) é o
cenário da gráfica desta magnífica estreia de Anselmo Duarte como diretor. 8/10
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