Esse ridículo título
nacional não faz jus a um dos mais poéticos e melancólicos westerns
crepusculares. Monte Walsh (Lee Marvin) e Chet Rollins (Jack Palance) são dois
cowboys que se deparam com as mudanças que os tornam desnecessários para
conduzir gado que agora viaja pela ferrovia. “Ninguém pode ser cowboy para
sempre”, diz o conformado Chet que se casa e vira balconista. A pequena Harmony
vê todos partirem, tornando-se uma cidade-fantasma e mesmo a prostituta Martine
(Jeanne Moreau) se muda do lugar. O sombrio horizonte deixa Monte Walsh perdido
mas o velho vaqueiro não se entrega porque o que ele gosta de ser é cowboy e
mais nada. A vida dos vaqueiros com a camaradagem entre eles mesmo sabedores da
falta de opções que se avizinha com a forçada mudança de vida é narrada de
forma elegíaca nesta brilhante estreia do cinegrafista William A. Fraker. Sua
direção evoca a cada quadro as pinturas de Frederic Remington e Charles M.
Russell. Não exigido a mostrar apenas sua autoritária presença, Lee Marvin
comprova que é um ator excepcional contracenando com uma Jeanne Moreau bela e
fascinante nesse encontro memorável dos dois grandes intérpretes. Jack Palance
discreto neste quarto filme que fez com Marvin. Western com poucos momentos de
ação, o melhor deles quando Monte Walsh doma um cavalo selvagem numa longa e
vigorosa sequência noturna. 8/10
Cópia gentilmente cedida pelo cinéfilo e colecionador Thomaz Antônio de Freitas.
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