Concebida como teleplay e
exibida pela CBS em 20/09/1954, Henry Fonda assistiu à transmissão, se
identificou com um dos personagens e sempre alimentou a ideia de levar ao
cinema a história de Reginald Rose sobre aquela decisão de 12 jurados. Passada
inteiramente dentro de uma sala onde se reúnem o corpo de júri, nada indicava que
a teleplay poderia resultar num espetáculo ‘cinematográfico’. Mas o diretor
Sidney Lumet conduzindo um elenco perfeito liderado pelo próprio Fonda que
coproduziu o filme e com a fotografia abrindo no grupo e fechando em constantes
close-ups, conseguiu o improvável e realizou uma excepcional película do gênero
‘tribunal’. O calor sufocante na sala dos jurados, a fumaça dos cigarros, a
tensão que se eleva entre os homens a cada diálogo cada vez mais áspero, tudo
forma o ambiente único do filme no qual um jovem acusado de assassinato está prestes
a ser condenado à morte. O jurado n.º 8 começa a levantar dúvidas bem
fundamentadas e aos poucos todos os demais alteram seus votos. Henry Fonda é
perfeito como o homem frio e justo, evocando um misto de Tom Joad (“Vinhas da
Ira”) e o cowboy resoluto de “Consciências Mortas”. O grande ator sempre se
referiu a esses três filmes como os melhores de sua longa carreira. 9/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário