O título nacional muito mais apropriado
que o original não deixa dúvidas quanto à intenção deste corajoso filme de Elia
Kazan, diretor que nunca conseguiu se livrar da pecha de covarde. Denunciando
sem meias palavras a máfia que controlava os trabalhadores no porto de Nova York,
“Sindicato de Ladrões” tocou em assunto que jamais o cinema havia tido a
ousadia de focalizar. A violência das organizações sindicais é mostrada num
filme que conseguiu capturar prodigiosamente a atmosfera sinistra da zona
portuária. Para isso foram fundamentais o extraordinário trabalho do cinegrafista
Boris Kauffman e a música incidental do compositor Leonard Bernstein, este
antecipando o que faria em sua segunda e final incursão no cinema com outra
obra-prima que foi “Amor, Sublime Amor
(West Side Story). Indicado para o Oscar em 12 categorias, recebeu oito das
principais estatuetas arrebatando ainda todos os demais prêmios
cinematográficos importantes daquele ano. Muito se falou que com este filme
Kazan tenha tentado justificar seus pecados, o que tem menor importância diante
da grandeza de “Sindicato de Ladrões”. Marlon Brando notável, assim como Lee J.
Cobb, num elenco impecável. 10/10
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