Em 1999 o British Film
Institute (BFI) promoveu uma enquete com mil pessoas ligadas ao universo
cinematográfico para eleger o melhor filme inglês de todos os tempos. O grande
vencedor, à frente de “Lawrence da Arábia”, “Desencanto” e “A Ponte do Rio Kwai”,
foi “O Terceiro Homem”, suspense noir dirigido por Carol Reed em 1949 com
história e roteiro de Graham Greene. A produção do próprio Reed em parceria com
Alexander Korda e David O. Selznick recebeu a Palma de Ouro do Festival de
Cannes, o BAFTA de melhor filme inglês e um Oscar de Melhor Fotografia em Preto
e Branco. Foi o filme escolhido por Martin Scorsese para sua tese de formatura
na Escola de Cinema da Universidade de Nova York. História de mistério passada
no pós-II Guerra Mundial como tantas outras, “O Terceiro Homem” tornou-se um inesperado
e instantâneo clássico devido ao estranho fascínio que o filme exerce, mesmo
visto quase 70 anos depois de lançado. A extraordinária cinematografia
expressionista mostrando uma Viena sombria e em parte destruída pela guerra, o
roteiro inescrutável (que Hitchcock sempre perseguiu), a invulgar música de
Anton Karas e um notável elenco internacional completam a direção segura e
inventiva de Carol Reed. Mas é Orson Welles nos meros dez minutos em que atua
como o cínico e inescrupuloso Harry Lime, inesquecível na desesperada fuga
pelas galerias de esgoto às margens do Danúbio, a força maior desta reverenciada
obra-prima. 10/10
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