segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O TERCEIRO HOMEM (The Third Man), 1949


Em 1999 o British Film Institute (BFI) promoveu uma enquete com mil pessoas ligadas ao universo cinematográfico para eleger o melhor filme inglês de todos os tempos. O grande vencedor, à frente de “Lawrence da Arábia”, “Desencanto” e “A Ponte do Rio Kwai”, foi “O Terceiro Homem”, suspense noir dirigido por Carol Reed em 1949 com história e roteiro de Graham Greene. A produção do próprio Reed em parceria com Alexander Korda e David O. Selznick recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes, o BAFTA de melhor filme inglês e um Oscar de Melhor Fotografia em Preto e Branco. Foi o filme escolhido por Martin Scorsese para sua tese de formatura na Escola de Cinema da Universidade de Nova York. História de mistério passada no pós-II Guerra Mundial como tantas outras, “O Terceiro Homem” tornou-se um inesperado e instantâneo clássico devido ao estranho fascínio que o filme exerce, mesmo visto quase 70 anos depois de lançado. A extraordinária cinematografia expressionista mostrando uma Viena sombria e em parte destruída pela guerra, o roteiro inescrutável (que Hitchcock sempre perseguiu), a invulgar música de Anton Karas e um notável elenco internacional completam a direção segura e inventiva de Carol Reed. Mas é Orson Welles nos meros dez minutos em que atua como o cínico e inescrupuloso Harry Lime, inesquecível na desesperada fuga pelas galerias de esgoto às margens do Danúbio, a força maior desta reverenciada obra-prima. 10/10

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