terça-feira, 25 de outubro de 2016

OS ETERNOS DESCONHECIDOS (I Soliti Ignoti), 1958


A ‘Comédia à Italiana’ foi um gênero que marcou época e que teve início com “Os Eternos Desconhecidos”, filme de Mario Monicelli. Com nuances do movimento neo-realista, essa comédia tem profundo caráter social com personagens identificados com pessoas simples. Passa-se numa Roma inteiramente diferente da focalizada, por exemplo, em “La Dolce Vita” e reúne um grupo de atrapalhados vigaristas sempre prontos a dar golpes. A parte final até que se aproxima de “Rififi”, de Jules Dassin, do qual “Os Eternos Desconhecidos” seria uma paródia, mas o pitoresco de cada tipo e os saborosamente sarcásticos diálogos fazem do filme de Monicelli uma comédia incomum. Um genial achado do roteiro é o personagem de Totó que reverencia toda a comicidade que o cinema italiano criou anteriormente. Traz o grande ator dramático Vittorio Gassman fazendo rir a cada fala sua e ainda Memmo Carotenutto e Marcello Mastroianni, este menos engraçado. Presença da bela Rossana Rory e das então jovens promessas Claudia Cardinalle e Carla Gravina. “Os Eternos Desconhecidos” concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, deu a Gassman o Nastri d’Argento de Melhor Ator e teve uma sequência intitulada “O Golpe dos Eternos Desconhecidos”, dirigida por Nanni Loy, com quase todo o mesmo elenco em 1959. Em 1985 foi filmado “Uma Dupla Irreverente” (I Soliti Ignoti Vent’Anni Dopo), com Mastroianni e Tiberio Murgia. O filme de Monicelli é uma comédia clássica que a cada revisão se mostra mais engraçada. 9/10

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