Hollywood passou toda a
década de 50 inventando fórmulas para combater a televisão que lhe roubava
público. Os superespetáculos tornaram-se rotina com suas telas e elencos imensos
e histórias quase sempre enfadonhas. Em 1960 “Spartacus” mostrou que
superproduções também podiam resultar em excelentes filmes. Para isso Kirk
Douglas provou ser o homem mais corajoso do cinema norte-americano, contratando
o ‘proibido’ Dalton Trumbo e entregando a direção a um jovem diretor de 31 anos,
Stanley Kubrick. Ao invés de se reportar às clássicas histórias bíblicas,
“Spartacus” levou para as telas uma questão crucial no país, a dos direitos
humanos que a partir de então ganharia cada vez mais corpo no cinema. Diálogos
afiadíssimos de Trumbo, história comovente, cinematografia portentosa de
Russell Metty com sequências de batalhas inimagináveis e nunca igualadas e um
elenco com o brilho de Laurence Olivier, Charles Laughton e Peter Ustinov. A
pobre Academia teve a árdua tarefa de decidir a qual dos três dar o prêmio de
Melhor ator Coadjuvante (Ustinov). Mesmo ofuscado pela overdose de talento do
trio britânico, Kirk Douglas foi um Spartacus vigoroso, convincente e
emocionante como escravo-gladiador-líder. Desse esplêndido filme perdoa-se até
o forçado final. 10/10
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