sexta-feira, 21 de outubro de 2016

SPARTACUS, 1960


Hollywood passou toda a década de 50 inventando fórmulas para combater a televisão que lhe roubava público. Os superespetáculos tornaram-se rotina com suas telas e elencos imensos e histórias quase sempre enfadonhas. Em 1960 “Spartacus” mostrou que superproduções também podiam resultar em excelentes filmes. Para isso Kirk Douglas provou ser o homem mais corajoso do cinema norte-americano, contratando o ‘proibido’ Dalton Trumbo e entregando a direção a um jovem diretor de 31 anos, Stanley Kubrick. Ao invés de se reportar às clássicas histórias bíblicas, “Spartacus” levou para as telas uma questão crucial no país, a dos direitos humanos que a partir de então ganharia cada vez mais corpo no cinema. Diálogos afiadíssimos de Trumbo, história comovente, cinematografia portentosa de Russell Metty com sequências de batalhas inimagináveis e nunca igualadas e um elenco com o brilho de Laurence Olivier, Charles Laughton e Peter Ustinov. A pobre Academia teve a árdua tarefa de decidir a qual dos três dar o prêmio de Melhor ator Coadjuvante (Ustinov). Mesmo ofuscado pela overdose de talento do trio britânico, Kirk Douglas foi um Spartacus vigoroso, convincente e emocionante como escravo-gladiador-líder. Desse esplêndido filme perdoa-se até o forçado final. 10/10

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