Há filmes que não se tornam
clássicos, mas sim ‘marcos cinematográficos’. Este é o caso de “Sem Destino”,
realizado fora do controle dos grandes estúdios ao custo de 400 mil dólares e
que arrecadou em seu primeiro ano de exibição mais de 60 milhões de dólares no
mundo todo. Tal fato jamais havia acontecido antes ou tornou a se repetir e
esse extraordinário sucesso de público deve-se ao filme dirigido por Dennis
Hopper responder, como nenhum outro, ao questionamento da juventude dos anos de
Woodstock, Vietnã, hippies e ao sistema opressor. Tudo com os dois
protagonistas (Capitão América/Peter Fonda e Billy the Kid/Dennis Hooper) viajando
de Los Angeles para New Orleans em suas reluzentes motos estilizadas (Harley Davidsons
dos tempos de “O Selvagem”). Durante a longa jornada conhecem norte-americanos
de todos os tipos, entre eles os que usam da violência gratuita por não
suportar quem é diferente deles. “Sem Destino” não inventou a contracultura, mas
foi uma obra de extrema felicidade ao falar de drogas, sexo, rock (em toda
trilha sonora) e do sonho de liberdade. Fonda e Hopper são os atores
principais, mas é Jack Nicholson, na meia hora em que está em cena, que domina
o filme não só com sua magnética presença mas pela brilhante performance como o
advogado que vê a vida de modo muito particular e pela filosofia sincera que encerra
em suas palavras. 9/10
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