Stefan Zweig foi
contemporâneo e amigo de Sigmund Freud e, na Viena do início do século XX,
Zweig escreveu diversos livros baseados na Psicanálise. “Carta de uma
Desconhecida” foi um deles, roteirizado por Howard Koch e filmado por Max
Ophüls, narrando a obsessão de Lisa (Joan Fontaine) que, na adolescência em
Viena, se apaixona pelo pianista Stefan Brand (Louis Jourdan). Já adulta mas
sempre apaixonada por Brand, Lisa vem a ter um breve caso amoroso com o músico
que parte para a Itália e a esquece. Lisa engravida, tem um filho e mesmo assim
se casa com um homem mais velho. Brand retorna, volta a se encontrar com Lisa
mas não se recorda de tê-la amado. O amor de Lisa pelo pianista, agora
decadente, resiste, o que leva a uma tragédia. Este melodrama contado em
flashbacks a partir da leitura de uma carta deixada por Lisa é um estudo não só
da neurose que é a fixação de uma pessoa por alguém, mas também do masoquismo.
Lisa se apraz com o sofrimento justificado pelo amor, sentimento que a leva à
desventura. Este filme de Ophüls é aprimorado artisticamente (estilo do
diretor) mas inconvincente no ‘esquecimento’ do pianista. Joan Fontaine está ótima
como a sofrida protagonista e Louis Jourdan, com sua elegância e simpatia, é o
músico que estranhamente não se recorda de um caso amoroso. 7/10
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