Para a maior parte dos
espectadores, cinema é diversão, entretenimento. Sabedor disso, Stanley Donen,
diretor de alguns dos melhores musicais da MGM realizou uma película que contém
suspense, romance e comédia, ou seja, praticamente tudo que entretém e diverte
quem assiste a um filme. E numa dessas raras oportunidades em que o cast de
apoio vem a se tornar astros de primeira grandeza, “Charada” conta com Walter
Matthau, James Coburn e ainda George Kennedy, todos irrepreensíveis e
assustadores em seus próprios estilos. Mas “Charada” é antes de mais nada um
dos belos momentos da fascinante Audrey Hepburn com seu charme irresistível
sendo assustada por todo esse grupo de homens e mais Cary Grant, por quem se
apaixona na história. Audrey é uma viúva perseguida por vilões que buscam 250
mil dólares que o finado marido de Audrey escondeu de forma inusitada. Este
thriller hitchcockiano se desenvolve em tom de comédia que a competência de
Donen não impede nunca que o mistério seja comprometido. Cary Grant está velho demais
para ser o par ideal de Audrey, mais ainda para vencer George Kennedy numa
emocionante luta num terraço de Paris. E há Paris com seu encanto único como
cenário das ações e Henry Mancini inspiradíssimo compondo uma de suas melhores
trilhas musicais. São filmes como este que Hollywood não é mais capaz de fazer.
9/10
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