quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

O BELO ANTÔNIO (Il Bell’Antonio), 1960


Marcello Mastroianni interpretou diversos personagens complexos em sua brilhante carreira, nenhum porém como Antonio Magnano. Verdadeiro Adonis nascido em Catânia, na Sicília, Antônio cria, em Roma, fama de incansável e másculo amante, ele que na realidade é impotente. De retorno a Catânia, onde a vida de cada um é devassada por todos, Antônio se vê empurrado para um casamento com a bela Barbara Puglisi (Claudia Cardinale), casamento que dura um ano no qual a moça permanece ‘intata’. A Igreja força a anulação do casamento e o belo Antônio se vê condenado quando sua impotência passa a ser por todos conhecida. Repetidas vezes o formoso Antônio mira o espelho como que implorando para ser aceito como é, algo que sabe ser impossível naquele mundo machista. O filme permite leituras diversas, seja como parábola ao fascismo ou mesmo alegoria homossexual. Escrita em 1949 por Vitaliano Brancati, esta história foi adaptada por Pier Paolo Pasolini e Gino Visentini e filmada por Mauro Bolognini que deu à cidade siciliana um tom sombrio, cenário perfeito para a triste existência de Antônio. O sedutor Mastroianni seduz a plateia como o sofrido e impotente Antônio; a jovem Cardinalle pouco faz, assim como Tomas Milian. Martirizam-se também Pierre Brasseur e Rina Morelli, que interpretam os pais de Antônio. 8/10




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