Marcello Mastroianni
interpretou diversos personagens complexos em sua brilhante carreira, nenhum
porém como Antonio Magnano. Verdadeiro Adonis nascido em Catânia, na Sicília, Antônio
cria, em Roma, fama de incansável e másculo amante, ele que na realidade é
impotente. De retorno a Catânia, onde a vida de cada um é devassada por todos, Antônio
se vê empurrado para um casamento com a bela Barbara Puglisi (Claudia Cardinale),
casamento que dura um ano no qual a moça permanece ‘intata’. A Igreja força a
anulação do casamento e o belo Antônio se vê condenado quando sua impotência passa a ser por todos conhecida. Repetidas vezes o formoso Antônio mira o espelho
como que implorando para ser aceito como é, algo que sabe ser impossível
naquele mundo machista. O filme permite leituras diversas, seja como parábola
ao fascismo ou mesmo alegoria homossexual. Escrita em 1949 por Vitaliano
Brancati, esta história foi adaptada por Pier Paolo Pasolini e Gino Visentini e
filmada por Mauro Bolognini que deu à cidade siciliana um tom sombrio, cenário
perfeito para a triste existência de Antônio. O sedutor Mastroianni seduz a
plateia como o sofrido e impotente Antônio; a jovem Cardinalle pouco faz, assim
como Tomas Milian. Martirizam-se também Pierre Brasseur e Rina Morelli, que
interpretam os pais de Antônio. 8/10
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