O polêmico livro de John Steinbeck,
lançado em 1939, vendeu perto de 500 mil exemplares e o produtor Darryl F.
Zanuck depressa adquiriu os direitos para o cinema. Nunnally Johnson fez o
roteiro e John Ford foi chamado para dirigir, impondo Henry Fonda como Tom Joad
em lugar de Tyrone Power que era a opção de Zanuck. Poucos acreditavam que seria
possível, em Hollywood, realizar um bom filme com aquele tipo e material, ainda
mais sob a direção de alguém conservador como Ford. “As Vinhas da Ira” resultou
num épico extraordinário sobre o calvário de uma família de migrantes que,
durante a depressão, deixa as terras áridas de Oklahoma em busca da ‘Terra
Prometida’ que é a Califórnia. No longo trajeto pela Route 66 a bordo de um
heroico caminhão, a família vai aos poucos se desfazendo, seja por mortes ou por
abandonos da empreitada. Relevando a tragédia dos Joads o filme minimiza os
aspectos políticos do livro e sem nenhum excesso sentimental Ford emociona a
cada imagem extraordinariamente fotografada por Gregg Tolland e ao som
continuado da tocante ‘Red River Valley’. Henry Fonda é o terno e duro
ex-condenado em comovente interpretação, uma das maiores que o cinema já teve;
Jane Darwell inesquecível como a mãe; John Qualen esplêndido como o agricultor
que enlouquece. Oscar de Direção para John Ford e para Jane Darwell
(Coadjuvante). Fonda, acreditem, perdeu para James Stewart em “Núpcias de Escândalo”.
Coisas do Oscar... – 10/10
Cópia gentilmente cedida pelo cinéfilo e colecionador Marcelo Cardoso.
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