Cinema é entretenimento,
diversão, mas quando fazia filmes Alfred Hitchcock se divertia mais que os
espectadores que faziam fila para se aterrorizar com o que o Mestre colocava na
tela. “Os Pássaros”, menos que mais um suspense, é um filme de terror com aves
tornando-se agressivamente mortais na pequena Bodega Bay, lugarejo litorâneo
próximo de São Francisco. Tanto medo levam à população local que nem mesmo o
inócuo romance entre um advogado (Rod Taylor) e uma socialite (Tippi Hedren)
interessa na história. Entre os dois estão ainda uma professora e ex-namorada
(Suzanne Pleshette) do moço e a autoritária mãe deste (Jessica Tandy) que morre
de medo não só dos pássaros invasores
mas de ver o filho casar e ela ficar sozinha. Não há música neste filme,
mas sim ruídos eletrônicos supervisionados por Bernard Herrmann imitando o
grasnar dos pássaros. As gaivotas e corvos atacam e assustam e Hitchcock comprova
que era bom no que fazia mais ainda porque Taylor e Hedren, especialmente esta,
são fracos, sem a mínima empatia enquanto as ótimas Jessica Tandy e Suzanne Pleshette
ficam em segundo plano no romance que não funciona. Baseado em uma pequena
história de Daphne Du Maurier, era para ser um episódio de meia hora da série ‘Alfred
Hitchcock Presents’, e Hitch não dá pistas para as repentinas investidas dos
pássaros. O gorducho diretor queria mesmo só se divertir às custas do público.
8/10
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