Este filme de Billy Wilder
é muito justamente considerado a melhor comédia de todos os tempos e tantas
décadas após sua realização só aumenta a certeza que jamais perderá essa
primazia. Isto porque não é fácil fazer um tributo às notáveis ‘screwball
comedies’ com uma história que nostalgicamente relembra os filmes de
gângsteres, brinca com o travestismo, tem romance e ainda música. Tudo
temperado com um roteiro em que cada diálogo supera o anterior em malícia,
mordacidade e contém a dose certa de vulgaridade, aquela vulgaridade que as
plateias discretamente ou não adoram ver e ouvir. Eterno provocador, Wilder
transforma dois músicos que testemunham um massacre em Chicago em fugitivos dos
gângsteres, terminando eles em uma orquestra só de mulheres. Joe (Tony Curtis)
vira Josephine e Jerry (Jack Lemmon) passa a ser Daphne. Enquanto Josephine se
apaixona por Sugar (Marilyn Monroe), Daphne é cortejada por um velho milionário
(Joe E. Brown) e as gargalhadas irrompem a cada sequência. Marilyn é uma
caricatura dela própria, mas uma deliciosa caricatura que passa longe do
ridículo. Tony Curtis faz esplendidamente três personagens, mas são de Jack
Lemmon os mais hilariantes melhores momentos, entre eles a frase famosa
‘ninguém é perfeito’ dita por Joe E. Brown. George Raft interpreta a si próprio
e diverte assim como Nehemiah Persoff, o gângster inimigo. Desses filmes para
se rever ao menos uma vez por ano. 10/10
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