segunda-feira, 14 de maio de 2018

QUANTO MAIS QUENTE MELHOR (Some Like it Hot), 1959


Este filme de Billy Wilder é muito justamente considerado a melhor comédia de todos os tempos e tantas décadas após sua realização só aumenta a certeza que jamais perderá essa primazia. Isto porque não é fácil fazer um tributo às notáveis ‘screwball comedies’ com uma história que nostalgicamente relembra os filmes de gângsteres, brinca com o travestismo, tem romance e ainda música. Tudo temperado com um roteiro em que cada diálogo supera o anterior em malícia, mordacidade e contém a dose certa de vulgaridade, aquela vulgaridade que as plateias discretamente ou não adoram ver e ouvir. Eterno provocador, Wilder transforma dois músicos que testemunham um massacre em Chicago em fugitivos dos gângsteres, terminando eles em uma orquestra só de mulheres. Joe (Tony Curtis) vira Josephine e Jerry (Jack Lemmon) passa a ser Daphne. Enquanto Josephine se apaixona por Sugar (Marilyn Monroe), Daphne é cortejada por um velho milionário (Joe E. Brown) e as gargalhadas irrompem a cada sequência. Marilyn é uma caricatura dela própria, mas uma deliciosa caricatura que passa longe do ridículo. Tony Curtis faz esplendidamente três personagens, mas são de Jack Lemmon os mais hilariantes melhores momentos, entre eles a frase famosa ‘ninguém é perfeito’ dita por Joe E. Brown. George Raft interpreta a si próprio e diverte assim como Nehemiah Persoff, o gângster inimigo. Desses filmes para se rever ao menos uma vez por ano. 10/10





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