Quando havia mais policiais
que bandidos na cidade de São Paulo, os poucos criminosos logo ganhavam notoriedade
e vulgos. Foi o que aconteceu com Antonio Rossini, apelidado como ‘Promessinha’,
marginal branco que aos 20 anos já havia praticado pelo menos 40 assaltos ao
lado do comparsa ‘Jorginho’ (Jorge Tavares). Preso, Promessinha empreendeu
cinematográfica fuga do DEIC, o prédio da Polícia Civil na capital paulista, em
1958. A história interessou aos produtores de filmes e logo um roteiro ficou
pronto com Promessinha se tornando ‘Passarinho’ (Reginaldo Faria) e Jorginho
virou ‘Militão’ (Milton Gonçalves), acrescentando-se romance com a namorada de Passarinho
interpretada por Eva Wilma. O sensacionalismo da imprensa ficou a cargo do
cínico repórter policial vivido por Jardel Filho. No suavizado roteiro Passarinho
quer deixar a vida de bandido, se casar com a namorada e se tornar homem de
bem. Este terceiro filme de Roberto Farias mostra um extraordinário domínio do
diretor das sequências de ação com o cerco policial aos bandidos, quase sempre
debaixo de forte aguaceiro. Primorosa a fotografia de Tony Rabatoni que deve
ter causado admiração no Festival de Cannes, onde o filme concorreu à Palma de
Ouro em 1960. Roberto Farias bem podia conter os atores que mal conversam,
expressando-se sempre aos gritos, à exceção da maravilhosa Eva Wilma, excelente
como Terezinha. 7/10
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