quarta-feira, 16 de maio de 2018

CIDADE AMEAÇADA, 1960


Quando havia mais policiais que bandidos na cidade de São Paulo, os poucos criminosos logo ganhavam notoriedade e vulgos. Foi o que aconteceu com Antonio Rossini, apelidado como ‘Promessinha’, marginal branco que aos 20 anos já havia praticado pelo menos 40 assaltos ao lado do comparsa ‘Jorginho’ (Jorge Tavares). Preso, Promessinha empreendeu cinematográfica fuga do DEIC, o prédio da Polícia Civil na capital paulista, em 1958. A história interessou aos produtores de filmes e logo um roteiro ficou pronto com Promessinha se tornando ‘Passarinho’ (Reginaldo Faria) e Jorginho virou ‘Militão’ (Milton Gonçalves), acrescentando-se romance com a namorada de Passarinho interpretada por Eva Wilma. O sensacionalismo da imprensa ficou a cargo do cínico repórter policial vivido por Jardel Filho. No suavizado roteiro Passarinho quer deixar a vida de bandido, se casar com a namorada e se tornar homem de bem. Este terceiro filme de Roberto Farias mostra um extraordinário domínio do diretor das sequências de ação com o cerco policial aos bandidos, quase sempre debaixo de forte aguaceiro. Primorosa a fotografia de Tony Rabatoni que deve ter causado admiração no Festival de Cannes, onde o filme concorreu à Palma de Ouro em 1960. Roberto Farias bem podia conter os atores que mal conversam, expressando-se sempre aos gritos, à exceção da maravilhosa Eva Wilma, excelente como Terezinha. 7/10





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