Provavelmente o último
filme de ação filmado em preto e branco e inimaginável que fosse ele filmado em
cores pois perderia muito da impressionante atmosfera de realismo que exibe. Legítimo
tributo à Resistência Francesa propõe a questão se a arte vale mais que vidas
humanas. A princípio não para o inspetor ferroviário Paul Labiche (Burt
Lancaster) que se recusa a participar de uma célula que deverá sabotar o
transporte por trem de centenas de valiosas pinturas que, mais que obras de
arte, formam um legado cultural francês. Nos últimos dias da ocupação alemã na
França o coronel nazista Von Valdheim (Paul Scofield), obcecado por arte, faz
de tudo para levar o acervo de um museu para a Alemanha e para isso precisa de
Labiche, mas este se convence da importância de reter as pinturas. Esta foi a
derradeira vez que Burt Lancaster se envolveu na produção de um filme e após
três dias de filmagens despediu o diretor Arthur Penn chamando John
Frankenheimer que realizou uma extraordinária aventura de guerra. Filmado em
locações na França, as sequências de ação com trens em movimento são admiráveis
com Lancaster, aos 51 anos de idade, dispensando dublês em uma de suas mais
adequadas e espetaculares atuações. Brilhante também Paul Scofield como o
oficial alemão e no elenco em pequenos papeis Jeanne Moreau, Michel Simon e
Suzanne Flon. “O Trem” é um desses raros casos de filmes que entretêm pela movimentação
e emocionam pelo tema abordado. 9/10
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