segunda-feira, 19 de março de 2018

A NOVIÇA REBELDE (The Sound of Music), 1965


Este musical encantador só não enterneceu os corações de alguns críticos como os famosos Pauline Kael e Bosley Crowther. Azar deles... O diretor Robert Wise com maestria dosou o sentimentalismo que não poderia faltar na história (real) do Barão von Trapp, viúvo com sete filhos que se casa com uma noviça exatamente quando ocorre o ‘Anchluss’, a anexação da Austria pela Alemanha em 1938. Com quase três horas de duração “A Noviça Rebelde” poderia ser uma monótona sucessão das canções de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II cantadas nas belas paisagens austríacas, mas não é o que acontece. Wise desenvolve esplendidamente o roteiro de Ernest Lehman baseado no livro escrito pela própria Maria von Trapp e, coisa rara em um musical, há até mesmo um momento de suspense quando a família escapa dos nazistas graças à providencial ajuda das... freiras da abadia. Consta ser este filme o segundo de todos os tempos em número de ingressos vendidos, perdendo apenas para “O Vento Levou”. Nada mais justo pois é divertimento para toda família, com canções conhecidas (o álbum ficou quatro anos entre os mais vendidos) e só não é o melhor musical de todos os tempos porque o próprio Wise realizou “West Side Story” poucos anos antes. Se falta a Julie Andrews maior talento dramático sobra-lhe graça, simpatia e musicalidade. Ótimo Richard Haydn como o sarcástico empresário. 10/10




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