Este musical encantador só não
enterneceu os corações de alguns críticos como os famosos Pauline Kael e Bosley
Crowther. Azar deles... O diretor Robert Wise com maestria dosou o
sentimentalismo que não poderia faltar na história (real) do Barão von Trapp,
viúvo com sete filhos que se casa com uma noviça exatamente quando ocorre o ‘Anchluss’,
a anexação da Austria pela Alemanha em 1938. Com quase três horas de duração “A
Noviça Rebelde” poderia ser uma monótona sucessão das canções de Richard
Rodgers e Oscar Hammerstein II cantadas nas belas paisagens austríacas, mas não
é o que acontece. Wise desenvolve esplendidamente o roteiro de Ernest Lehman
baseado no livro escrito pela própria Maria von Trapp e, coisa rara em um
musical, há até mesmo um momento de suspense quando a família escapa dos
nazistas graças à providencial ajuda das... freiras da abadia. Consta ser este
filme o segundo de todos os tempos em número de ingressos vendidos, perdendo
apenas para “O Vento Levou”. Nada mais justo pois é divertimento para toda
família, com canções conhecidas (o álbum ficou quatro anos entre os mais
vendidos) e só não é o melhor musical de todos os tempos porque o próprio Wise realizou
“West Side Story” poucos anos antes. Se falta a Julie Andrews maior talento
dramático sobra-lhe graça, simpatia e musicalidade. Ótimo Richard Haydn como o sarcástico
empresário. 10/10
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