Os encontros entre John
Huston e Humphrey Bogart invariavelmente resultavam em grandes filmes e, no
caso desta aventura em busca de ouro nas montanhas mexicanas, o cinema ganhou
uma obra-prima. Bogart, que nas telas nunca foi exatamente um modelo de herói
com os tipos cínicos que interpretava, vive um personagem dominado pela cobiça
que é levado à loucura numa interpretação magistral que, claro, não agradou ao
público que preferia vê-lo como Rick Blaine ou Sam Spade. Bogart é um vagabundo
norte-americano que perambula pelo México e que se une a um velho falastrão (Walter
Huston) e um jovem (Tim Holt) formando uma expedição que é parcialmente bem
sucedida. Huston que não gostava de psicologismos em seus filmes faz de “O
Tesouro de Sierra Madre” uma excepcional análise psicológica do personagem
principal mostrando que a paranoia é o ponto final da cupidez. Baseado no romance
do misterioso autor b. Traven, Huston, que também escreveu o roteiro, realizou
um filme em que a tensão aumenta a cada minuto com ótima fotografia em preto e
branco. Max Steiner com sua música intrusiva tenta estragar o filme de Huston
que ganhou prêmios Oscar de Direção e Roteiro, bem como seu pai Walter Huston
(Ator Coadjuvante). Excelentes Tim Holt e Bruce Bennett e Alfonso Bedoya
inesquecível. 10/10
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