quarta-feira, 7 de março de 2018

ORFEU NEGRO (Orphée Noir), 1959


Quando ainda havia poesia nos morros cariocas Vinicius de Morais buscou inspiração na mitologia grega e escreveu a peça “Orfeu da Conceição” contando o amor trágico de Orfeu e Eurídice. O francês Marcel Camus adaptou a obra de Vinicius mantendo algumas das belas canções que Tom Jobim e Luís Bonfá compuseram para a peça. Camus que gostava de exotismos e ambientou seu primeiro filme nos arrozais do Vietnã jamais poderia imaginar que “Orfeu Negro” recebesse a Palma de Ouro em Cannes, o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. A história transcorre numa favela que se prepara para o Carnaval e Orfeu (Breno Mello) que está noivo de Mira (Lourdes de Oliveira) se apaixona por Eurídice (Marpessa Dawn). Enciumada Mira persegue Eurídice, esta acaba morta acidentalmente e ao final Mira provoca a morte de Orfeu. Em meio a música e dança incessantes com os personagens se revezando ao gritar ‘Orfeeeeu’, o filme se mostra em alguns momentos de um amadorismo constrangedor. A intenção única parece ser a de mostrar ao mundo a alegria e beleza do Rio de Janeiro e seus humildes habitantes. O ex-futebolista Breno Mello tem bom desempenho mas o destaque maior fica com Lourdes de Oliveira, enquanto Léa Garcia é sempre excessiva. Em meio ao elenco de brasileiros está a bonita norte-americana Marpessa Dawn. Camus nunca mais repetiu o mesmo sucesso com outro filme e só Léa Garcia fez boa carreira artística. 6/10





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