Alguns clássicos precisam
ser revistos de tempos em tempos; uns melhoram a cada revisão, outros não e
este é o caso do tão aclamado “Vertigo”. Este Hitchcock passou da categoria de ‘cult’
(deixou de ser exibido por mais de 20 anos) para ser considerado o melhor filme
de todos os tempos na enquete decenal da revista Sight & Sound de 2012
desbancando “Cidadão Kane” que desde 1962 ocupava essa posição. Porém “Vertigo”
é hoje um filme superestimado. Possui qualidades mas seus muitos furos o
comprometem, mais ainda quando se sabe que foi um dos filmes mais ‘caprichados’
de Hitchcock. O Mestre do suspense costumava dizer: “Quem quiser
plausibilidade, não vá ao cinema”, mas o que não falta em “Vertigo’ são
implausibilidades, da primeira à última sequência. Sem suspense e sem a mínima
dose de humor, esta película só começa realmente, pouco depois da metade, após ser
desvendado o mistério da morte de Carlotta Valdez, para tristeza dos fascinados
por Psicologia. É quando o detetive aposentado (James Stewart) apaixonado pela
jovem Judy (Kim Novak), a transforma em Carlotta para tudo terminar com uma
malfeita queda do alto da missão e a inexplicável cura da acrofobia. Além da
excelente atuação de Stewart, a música de Bernard Herrman e a fotografia de
Robert Burks enriquecem “Vertigo”, no qual Hitchcock faz milagre conseguindo
uma interpretação razoável da inexpressiva Kim Novak. 7/10
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