Enquanto os cineastas da
Nouvelle Vague tentavam revolucionar a linguagem cinematográfica nos anos 60, Claude
Lelouch, um francês de 29 anos, conquistou público e crítica com um filme
originalíssimo. Mesclando imagens em cores com outras em preto e branco e mesmo
em sépia, “Um Homem e Uma Mulher” narra a história quase banal de um viúvo
(Jean-Louis Trintgnant) e uma viúva (Anouk Aimeé) que se conhecem e se
apaixonam. Atrapalha um pouco o romance a lembrança do marido dela (Pierre
Barouh), o que não impede o esperado happy-end. Não só a trilha sonora de
Francis Lai torna o filme encantador, mas também o uso abundante de imagens que
mais parecem clips comerciais. Conta-se não foi um recurso estilístico o uso de
filme em preto e branco, mas sim falta de dinheiro para realizá-lo inteiramente
em cores. Se isso é verdade a Ford ficou em débito com Claude Lelouch pois
Trintignant guia dois Mustangs em grande parte do filme e ainda pilota um Ford
GT40. Para aficionados do automobilismo a película é um ‘must’, inclusive
mostrando uma largada em Le Mans no estilo antigo. Brasileiros adoraram ver
Pierre Barouh cantando nosso “Samba da Bênção” (em meio a outras belíssimas
canções) neste filme que permaneceu quase um ano em cartaz em São Paulo e
arrebatou prêmios pelo mundo inteiro. Um
dos clássicos absolutos do cinema romântico. 9/10
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