Não foi o sucesso de “Sete
Homens e um Destino” (1960), inspirado em “Os Sete Samurais” de Akira Kurosawa,
que levou Martin Ritt a filmar nova versão de outro filme do diretor japonês,
desta vez “Rashomon”. Antes, em 1959 a inglesa Claire Bloom atuara na Broadway
em uma adaptação de “Rashomon” e foi essa adaptação que Ritt decidiu filmar pensando
em Marlon Brando como o bandido ‘Juan Carrasco’. Brando desistiu e Paul Newman
que sempre rivalizou com Brando quis mostrar que podia interpretar um mexicano,
mesmo com seus famosos olhos azuis. Carrasco (Newman) é condenado à morte por
haver assassinado um ex-Coronel confederado, o aristocrático Wakefield (Laurence
Harvey) e estuprado a esposa deste, Nina (Claire Bloom). Contada em flashbacks
a história muda segundo as versões do próprio Carrasco, de Nina, de Wakefield
(relatada por um velho índio) e por fim de um garimpeiro (Howard Da Silva) que
encontrou o corpo de Wakefield. O que se discute no filme é a subjetividade da
verdade e sua mutabilidade dependendo do enfoque que a ela se dá. O western de
Ritt consegue ser sério e interessante até descambar para a quase comédia na
parte final. Newman com voz e aparência bizarros se esforça para convencer como
mexicano. Mais naturais, Claire Bloom e Harvey transformam seus personagens a
cada versão da história. 6/10
Aparecem com Edward G. Robinson Howard Da Silva (à Esquerda) e William Shatner (à direita).
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