Elogiado quando de seu
lançamento pela autenticidade com que mostrava a cultura Sioux, este filme foi
muito criticado pelos movimentos pró-índios por retratá-los como seres extremamente
cruéis. Uma das inverdades que apresenta seria o costume Sioux de abandonar seus
velhos desamparados, deixados para morrer de fome e de frio. E mais ainda o
irreal ritual da cerimônia do ‘voto do sol’ na qual deve o guerreiro provar sua
coragem submetendo-se a bárbara tortura. Por esse castigo passa um aristocrata inglês
que durante uma caçada em terras indígenas é capturado pelos Sioux e tratado
como animal de carga. Consegue ele provar sua coragem e ganha o respeito da
tribo ao liderar os guerreiros atacados pelos índios Pawnees, tornando-se chefe
Sioux. Os índios de “Um Homem Chamado Cavalo” se expressam em Lakota,
antecipando “Dança com Lobos” mas a presença de muitos atores não-índios roubam
a pretensa autenticidade. Richard Harris é o inglês que respeita os nativos e
passa a ser por eles respeitado num tipo de personagem que repetiria diversas
vezes, inclusive nas duas continuações que este western teve. Harris deixa
saudade de sua magnífica interpretação em “Camelot”, mas pelo menos não se
excede como Judith Anderson e o francês Jean Gascon. Esplêndida trilha sonora
de Leonard Rosenman e magnífico trabalho de Yakima Canutt como diretor de 2.ª
unidade. 7/10
domingo, 30 de setembro de 2018
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
AL CAPONE (Al Capone), 1959
No final dos anos 50, enquanto
na TV Robert Stack fazia sucesso como o agente federal Eliot Ness, o ‘Filme de
Gângster’ teve um revival com produções modestas. Vários bandidos famosos
tiveram suas vidas filmadas e John Ericson foi ‘Pretty Boy Floyd; Mickey Rooney
foi ‘Baby Face Nelson’; e Al Capone, o mais famoso de todos os gângsteres, foi
vivido por Rod Steiger. Ninguém mais apropriado que Steiger pela grande semelhança
física numa interpretação até hoje insuperável do mafioso, lembrando que vem aí
‘Fonzo’ (2018), nova biografia de Alphonse Capone. “Sou um homem de negócios”,
diz Capone a certa altura deste filme dirigido por Richard Wilson e como um
empreendedor o gângster ítalo-americano organiza o crime em Chicago, aliciando
políticos, policiais e jornalistas. Todos encobrem a violência que Capone
emprega para atingir seus objetivos e sua trajetória mostrada neste filme só
não é perfeita por conter algumas imprecisões biográficas. O roteiro criou para
Capone um romance fictício com uma viúva e quase ignorou a importância da
Receita Federal e do FBI que puseram fim ao império do gângster. A atuação
vigorosa de Rod Steiger, as ótimas sequências de ação como o Massacre do Dia de
São Valentim e ainda a fotografia soberba de Lucien Ballard tudo compensam. Finoriamente
“Al Capone” contrapõe na guerra de gangs ítalos-americanos aos bandidos oriundos
da Irlanda e Polônia. 8/10
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
AMOR FEITO DE ÓDIO (The Man who Loved Cat Dancing), 1973
Burt Reynolds estava a
caminho de ser o pentacampeão de bilheterias de Hollywood (de 1978 a 1982) e já
era considerado o homem mais bonito do cinema norte-americano quando atuou neste
tumultuado (nos bastidores) western. Ele é Jay Grobart, libertado após cumprir
pena por ter assassinado o estuprador de sua mulher índia chamada Cat Dancing. Jay
forma então um bando e assalta um trem mas não contava, porém, ter como inconveniente
companhia uma mulher que fugira do marido (Sarah Miles). Esta tenta fazer
Grobart esquecer Cat Dancing mas desperta mesmo é a libido de membros do bando.
A primeira metade deste filme prende a atenção mesmo com a presença de Sarah
Miles completamente fora do personagem, uma mulher que deveria ter forte
personalidade e ser irresistível, alguém assim como Claudia Cardinalle em “Os
Profissionais”. Mas falta tudo à atriz inglesa que compromete inteiramente o
faroeste. Não bastasse a inexpressiva Sarah, ainda há George Hamilton como um
afetado marido autoritário. Richard C. Sarafian, o diretor do cultuado “Corrida
Contra o Destino”, dirige “Amor Feito de Ódio” em que nem a música de John
Williams ajuda. Ótimo Jack Warden e desperdício total de Lee J. Cobb, como compreensivo
xerife. Burt Reynolds brilha com sua presença forte fazendo um homem do Oeste capaz
de um sentimento que a direção de Sarafian não permite ser sublime. 6/10 - Cópia gentilmente cedida pelo cinéfilo e
colecionador Marcelo Cardoso.
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