Entre os épicos filmados
por David Lean este foi o menos bem sucedido comercialmente e execrado pela
maior parte da crítica. Lean filmou a história escrita por Robert Bolt, e que
lembra “Madame Bovary”, ambientada na Irlanda durante a I Grande Guerra e deu
dimensão gigantesca a um triângulo banal. As imagens da pequena vila construída
para o filme e especialmente as deslumbrantes tomadas feitas na praia
impressionam bastante e amenizam a trama que se arrasta interminavelmente.
Seria mesmo necessário fazer um filme tão longo ou Lean desaprendeu na ‘fase
épica’ como encantar o público como o fez com “Desencanto” em seus meros 86
minutos? Só John Mills com seu grotesco personagem do bobo da aldeia permanece
esse tempo na tela. Sarah Miles é fraca para interpretar uma personagem como a
filha de Ryan, mas nada que se compare com o insípido Christopher Jones,
escolhido talvez por lembrar Alain Delon. Brilha intensamente Trevor Howard
como o compreensivo padre e, como não poderia deixar de ser, Robert Mitchum.
Sempre vemos Mitchum compondo tipos fortes e desta vez como o marido sofrido
ele nos mostra o excepcional ator que era. Acredite quem quiser: a terrível
trilha musical é assinada por Maurice Jarre. 6/10
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