Celebrado por conter o
pioneiro nu frontal do cinema brasileiro, este filme do moçambicano Ruy Guerra foi
um dos precursores do movimento renovador denominado Cinema Novo. Fortemente
influenciado pela Nouvelle Vague, Ruy Guerra não se fez de rogado e recheou este
seu primeiro filme com a dinâmica câmara (na mão, claro), composição de imagens
e situações que em tudo remetem a Godard, Chabrol e Truffaut em seus trabalhos
iniciais. E a inspiração para narrar a longa jornada de loucuras de dois jovens
boas-vidas certamente veio de Mauro Bolognini e Federico Fellini. Para
completar não poderiam faltar os cansativos diálogos sobre a alienação dos
personagens principais ou os prolongados silêncios à moda de Antonioni. À magnífica
fotografia de Toni Rabatoni nas sequências noturnas some-se a boa interpretação
de Jece Valadão que melhor que ninguém vivia um ser desprezível, o bem acabado
cafajeste do nosso cinema. Daniel Filho não fazia suspeitar o ótimo ator que se
tornaria anos depois. Raro sucesso de público do Cinema Novo deve-se sem dúvida
à exposição da nudez de Norma Bengell maravilhosamente fotografada numa
sequência que ficaria muito melhor se reduzida à metade para não perder a força
como aconteceu. 6/10
Direção: Ruy Guerra / Elenco: Jece Valadão - Norma Bengell - Daniel Filho - Glauce Rocha - Lucy de Carvalho - Hugo Carvana - Aline Silva - Germana de Lamare - Fátima Somer
Direção: Ruy Guerra / Elenco: Jece Valadão - Norma Bengell - Daniel Filho - Glauce Rocha - Lucy de Carvalho - Hugo Carvana - Aline Silva - Germana de Lamare - Fátima Somer
Nenhum comentário:
Postar um comentário