Stanley Kramer era
conhecido como o homem dos filmes-mensagens porque, seja como produtor ou como diretor,
tinha sempre a preocupação de abordar temas polêmicos. “O Selvagem” (juventude rebelde),
“Matar ou Morrer” (macarthismo), “A Hora Final” (apocalipse atômico), “O Vento Será
sua Herança” (darwinismo) são alguns dos filmes com a marca inconfundível de Stanley
Kramer. Corajoso para alguns e oportunista para outros, com “Acorrentados”
Kramer levou à tela uma inusitada reflexão sobre o racismo antes do início das
marchas pelos direitos civis nos EUA. Sidney Poitier e Tony Curtis são dois
prisioneiros que conseguem escapar acorrentados um ao outro e durante a fuga se
manifesta, como não poderia deixar de ser, o racismo recíproco. Atados pelo
grilhão de aço aprendem a se respeitar e nasce entre os dois o sentimento de
amizade até então improvável, numa alegoria que causou grande impacto como
queria Kramer. “Acorrentados” é um filme imperfeito que foi indicado em inesperadas
nove categorias para o Oscar. O fraco roteiro e a fotografia em preto e branco
foram premiados pela Academia. Sidney Poitier com excelente atuação domina o
filme e Tony Curtis se esforça para superar suas limitações como ator
dramático. 7/10
Direção: Stanley Kramer. Elenco: Sidney Poitier – Tony Curtis – Charles McGraw – Theodore Bikel – Cara Williams – Lon Chaney Jr. – King Donovan – Carl ‘Alfafa’ Switzer – Claude Akins – Kevin Coughlin – Harold Jacob Smith – Nedrick Young – Lawrence Dobkin – Boyd ‘Red’ Morgan – Whit Bissell
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