domingo, 12 de março de 2017

CONTOS DE TÓQUIO (Tokio Monogatari), 1953


Wim Wenders diz que Yasujiro Ozu é seu único mestre, considerando o cinema do diretor japonês “um tesouro sagrado”. Wenders descobriu Ozu em 1973, mas antes disso o falecido crítico Ronaldo Monteiro (“Correio da Manhã”/RJ), já chamava a atenção para o particularíssimo estilo de Ozu, praticamente desconhecido no Ocidente. Sua obra-prima é “Contos de Tóquio”, também conhecida por “Viagem a Tóquio” ou “Era Uma Vez em Tóquio”, hoje reconhecido quase unanimemente como um dos melhores filmes de todos os tempos. Falando da velhice de um casal e do descaso dos filhos, esta é uma película que penetra tristemente na alma de quem o assiste. “Contos de Tóquio” é de uma singular simplicidade marcada essencialmente pela câmara estática sempre rente ao chão e a concisão de movimentos e diálogos. Quase uma crônica observando os comportamentos dos personagens, predominam o silêncio e a melancolia mesmo que Ozu jamais dramatize o sofrimento e a fatalidade. As atrizes Setsuko Hara e Haruko Sugimura são os destaques maiores do elenco perfeito deste notável filme. Possivelmente inspirado em “A Cruz dos Anos” (1937) de Leo McCarey, certamente motivou “Em Família” (1971), o doloroso drama familiar de Paulo Porto com Fernanda Montenegro e Odete Lara. 9/10





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