Kirk Douglas exultou quando
foi convidado para filmar na Itália uma aventura de capa-e-espada, gênero no
qual seu amigo (e rival como astro) Burt Lancaster fazia muito sucesso. Mais ainda
porque a história seria baseada na Antiguidade Clássica, mais precisamente na “Odisséia”,
o poema escrito por Homero e ele Kirk interpretaria Ulysses, o herói grego.
Nada menos que sete roteiristas trabalharam na adaptação para contar como Penélope
(Silvana Mangano) passou dez anos esperando pelo marido Ulysses que, desde a
guerra de Tróia, não mais retornou para Ítaca, onde era rei. Ulysses enfrentou
tempestades, canto de sereia, o gigante Polifemo (cíclope de um só olho), um
campeão de luta grega, caiu nos braços da bruxa Circe, se enamorou de uma princesa,
perdeu a memória e enquanto isso vários pretendentes queriam desposar Penélope,
entre eles Telêmaco (Anthony Quinn). No dia do casamento de Penélope com
Telêmaco, Ulysses reaparece e toma seu lugar. “Ulysses” é um dos precursores do
‘Peplum’, gênero que dominaria o cinema italiano de 1958 a 1964 e Kirk Douglas
parece ser o único a levar o filme a sério com uma interpretação transbordando
de energia e vibração. Silvana Mangano interpreta dois papeis, ambos com a
mesma expressão apática. Anthony Quinn aparece por minutos, infelizmente. 6/10
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