A história de James M. Cain
já havia sido levada ao cinema por três vezes (na França em 1936, na Itália por
Luchino Visconti em 1943 e no ‘noir’ com Lana Turner em 1946). Mas parece que
Hollywood queria ser o mais fiel possível do livro de Cain, o que então seria
permitido e decidiu refilmá-lo em 1981 em uma mais esmerada produção fadada ao
sucesso. Porém nem Jack Nicholson (o astro do momento) ao lado de Jessica Lange
(a mais promissora estrela daqueles anos), nem a fotografia do sueco Sven
Nikvist ou o roteiro de David Mamet e as sequências de sexo explícito tão
ardentes quanto violentas foram suficientes para que este filme de Bob Rafelson
chegasse perto do fascinante clássico de 1946. Se há algo que torna esta versão
memorável são as excelentes atuações de Nicholson e de Jessica Lange,
especialmente nas referidas sequências de inacreditável eroticidade. No entanto
quando a trama, passada em plena depressão nos anos 30, deixa de ser sobre a lasciva
e avassaladora paixão entre a esposa insatisfeita, o sedutor aventureiro e o velho
marido alcoólatra resultando em assassinato, se torna mera história policial-tribunal
repleta de reviravoltas, o filme desanda. Não sem antes conter a mais bizarra e
desnecessária ‘participação especial’ do cinema com a presença de Anjelica
Huston. John Colicos é o marido grego vítima dos amantes Nicholson e Lange. – 6/10
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