terça-feira, 5 de novembro de 2019

CHOFER DE PRAÇA, 1959


Primeira produção da PAM, produtora de Amácio Mazzaropi, desta vez contando as aventuras do caipira Zacarias (Mazzaropi) dirigindo um carro de praça pelas ruas de São Paulo. Zacarias (a quem chamam ‘por caria’) sai de sua cidadezinha com a esposa Augusta (Geny Prado) para ficar mais perto do filho Raul (Celso Faria) e ajudá-lo a concluir o curso de Medicina. Mas Raul é um filho ingrato e se envergonha da pouca instrução, modos rudes e pobreza do pai, a quem explora tanto quanto a vontade de ignorá-lo. A direção de Milton Amaral conduz bem o roteiro escrito por Mazzaropi nesta comédia com tons dramáticos em que os melhores momentos, como não poderia deixar de ser, são as confusões que Zacarias se envolve no trânsito ainda tranquilo de São Paulo e com a vizinhança da vila onde mora. Mazzaropi sabia como poucos retratar as pessoas humildes e o local onde Zacarias foi morar é palco de saborosos momentos com o gentio que fica mais à janela de suas casas vigiando as vidas alheias que fazendo suas obrigações. Este é um dos melhores filmes de Mazzaropi e, embora os créditos digam ter sido filmado nos estúdios da Vera Cruz, tem como cenário a São Paulo daquele fim de década e que em seguida passaria por brutais transformações físicas e sociais. Mazzaropi brilha como dono do filme que é. Números musicais com Agnaldo Rayol, Lana Bitencourt e Mazzaropi ao lado do compositor Elpídio dos Santos. 8/10





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