Houve quem não gostasse
deste filme porque as duas protagonistas somente conseguem sair das situações
difíceis com revólver à mão. Ora, a força bruta masculina que submete
psicológica e fisicamente as mulheres seria, por acaso, menos violenta? Thelma
(Susan Sarandon) e Louise (Geena Davis) cansadas de serem tratadas com
insignificância por seus namorado e marido, respectivamente, decidem viajar num
final de semana com a pretensa ideia de encontrar, mesmo efemeramente, a
liberdade. O Ford Thunderbird conversível lhes dá a falsa impressão de
emancipação do mundo machista, mas este, nem assim lhes dá trégua. Durante a
jornada são vítimas de estupro, ludibriadas, insultadas e inesperadamente reagem
com fúria. A viagem revela-se fatídica para elas que, num dos finais mais
poéticos do cinema, desistem da vida num voo para a morte. ‘Road movies’ sempre
tiveram homens à procura da liberdade e “Thelma e Louise” não só rompe com esse
padrão como é o mais melancólico e ao mesmo tempo o mais encantador dos filmes
de estrada. Isto mesmo lembrando de “Cada Um Vive Como Quer”, este com a dose
de amargura que o filme de Ridley Scott mescla com momentos divertidos em sua
trágica concepção. As brilhantes interpretações de Susan Sarandon e Geena Davis
são magnificamente completadas pela música de Hans Zimmer e pela primorosa
cinematografia. 10/10
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