Condenado pela organização
católica Legião da Decência, nos Estados Unidos, recebendo de críticos
adjetivos como ‘indecente’ e ‘sórdido’ e sendo proibido em alguns países, nem mesmo
provocando este estardalhaço o filme de Elia Kazan se transformou em sucesso.
Baseado em texto de Tennessee Williams, que também adaptou para o cinema,
“Boneca de Carne” narra uma história passada no Delta do Mississippi com
disputa entre dois homens que processam algodão. O maduro Archie Lee (Karl
Malden) é casado com a jovem Baby Doll (Carroll Baker), a quem devido a um
trato feito com o pai da moça, só poderá possuí-la quando ela completar 20
anos. Archie Lee ateia fogo no armazém de algodão de Silva Vacarro (Eli
Wallach) que se vinga envolvendo-se com Baby Doll para desespero do marido
traído que, armado, busca vingança. A dramaticidade da história se transforma
em comédia de humor negro com momentos de intensa lubricidade provocados pela
impudica e libidinosa Baby Doll. Fica a impressão que o filme poderia ser muito
melhor fossem outros os atores (Marlon Brando era a escolha inicial para Archie
Lee). Estreia no cinema de Eli Wallach que assim como Karl Malden não convencem
como os dois litigantes, ao contrário de Carroll Baker que esbanja sensualidade
mesmo mostrando quase nada de seu corpo. Típico filme que merecia ser refeito
sem as amarras do código de moralidade então vigentes em Hollywood. 7/10
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