sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ENTRE DEUS E O PECADO (Elmer Gantry), 1960


Três são os principais personagens deste drama que aborda convicções religiosas. O primeiro um charlatão carismático (Burt Lancaster) que se aproveita da necessidade que as pessoas têm de serem conduzidas pela fé. Depois a pregadora evangélica (Jean Simmons) que acredita no poder da sua pregação e mesmo em sua capacidade de ser instrumento divino. Por fim o jornalista ateu (Arthur Kennedy) que relata com fidelidade em seus artigos o que vê ocorrer naquela tenda religiosa. Baseado na obra homônima de Sinclair Lewis, este filme de Richard Brooks debate exemplarmente essas questões sem tomar partido, permitindo que o espectador tire suas conclusões do que é a fé e como ela pode ser manipulada por espertalhões como ‘Elmer Gantry’. Lancaster está excepcional como o hipócrita, beberrão e mulherengo que se apaixona por Jean Simmons e que acaba enganado pela prostituta vivida por Shirley Jones. Esta se esforça para que se esqueça seus suaves personagens de “Oklahoma” e “Carrossel”, enquanto Jean Simmons (então esposa de Brooks) está mais adequada como a ingênua ‘Sister Sharon’. O final excessivamente moralista para este filme onde quase todos são amorais o impede de ser uma obra-prima. De qualquer modo, um dos mais corajosos filmes de seu tempo e que não perdeu a atualidade. 9/10 - Cópia gentilmennte cedida pelo cinéfilo Marcelo Cardoso.





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