sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O RENEGADO DO FORTE PETTICOAT (The Guns of Fort Petticoat), 1957


Mulheres, de um modo geral, não apreciam faroestes. Quando perguntadas sobre isso algumas dizem que assistiram “Butch Cassidy e Sundance Kid” e certamente atraídas não pela historia dos dois foras-da-lei mas sim pela dupla de atores principais (Paul Newman e Robert Redford). Mas há um western que certamente prenderá a atenção do público feminino, isto porque as heroínas do filme são três dúzias de mulheres que, lideradas por um tenente do Exército da União, defendem uma missão onde se encontram escondidas dos Comanches. A ação se desenrola durante a Guerra Civil norte-americana e guarda alguma semelhança com a defesa do Álamo uma vez que o exército de saias parece destinado a ser exterminado pelos guerreiros que sitiam a missão. No entanto ocorre uma surpresa, que não é a clássica chegada da Cavalaria anunciada por um toque de corneta, e a maioria das mulheres sobrevive. Além da ação constante que causa emoção, este faroeste têm muitos momentos engraçados e, mulheres mostrando seu valor e, como não poderia faltar, também romance. O herói da II Guerra Mundial Audie Murphy, ator que como poucos atuou e manteve fãs no gênero, é o bravo desertor renegado do título mas os destaques são mesmo seus ‘homens’, isto é o exército de saias. – 8/10


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O DESTINO BATE À SUA PORTA (The Postman Always Rings Twice), 1981


A história de James M. Cain já havia sido levada ao cinema por três vezes (na França em 1936, na Itália por Luchino Visconti em 1943 e no ‘noir’ com Lana Turner em 1946). Mas parece que Hollywood queria ser o mais fiel possível do livro de Cain, o que então seria permitido e decidiu refilmá-lo em 1981 em uma mais esmerada produção fadada ao sucesso. Porém nem Jack Nicholson (o astro do momento) ao lado de Jessica Lange (a mais promissora estrela daqueles anos), nem a fotografia do sueco Sven Nikvist ou o roteiro de David Mamet e as sequências de sexo explícito tão ardentes quanto violentas foram suficientes para que este filme de Bob Rafelson chegasse perto do fascinante clássico de 1946. Se há algo que torna esta versão memorável são as excelentes atuações de Nicholson e de Jessica Lange, especialmente nas referidas sequências de inacreditável eroticidade. No entanto quando a trama, passada em plena depressão nos anos 30, deixa de ser sobre a lasciva e avassaladora paixão entre a esposa insatisfeita, o sedutor aventureiro e o velho marido alcoólatra resultando em assassinato, se torna mera história policial-tribunal repleta de reviravoltas, o filme desanda. Não sem antes conter a mais bizarra e desnecessária ‘participação especial’ do cinema com a presença de Anjelica Huston. John Colicos é o marido grego vítima dos amantes Nicholson e Lange.  – 6/10