Nos
anos 30 Hollywood produziu memoráveis filmes de gângster com James Cagney
estrelando muitos deles. Na década seguinte o filme noir tomou conta das telas
e a estrela de Cagney foi ofuscada apesar de seu Oscar de Melhor Ator por “A
Canção da Vitória”, um drama musical. Eis que em 1949 Raoul Walsh realiza a
mais notável mescla entre o filme de gângster com o policial noir, dirigindo
justamente James Cagney, com quem trabalhara em “Heróis Esquecidos” dez anos
antes. Em “Fúria Sanguinária” James Cagney é Cody Barrett, ladrão psicopata que
só confia em sua própria mãe que o influencia e orienta em suas ações
criminosas numa relação edipiana. O excelente roteiro leva Cody Barrett à
prisão e posteriormente a um grande assalto a uma refinaria, roubo que só não
se concretiza porque Barrett confiou num agente disfarçado. Raoul Walsh era um
mestre em filmar sequências de ação e “Fúria Sanguinária” permite a Cagney
extravassar seu temperamento explosivo num filme literalmente explosivo no qual
parece que todos que estão ao redor do doentio Cagney serão vítimas dele. Certamente
seu mais incrível desempenho. Negativa apenas a participação de Edmond O’Brien
como o agente, que não convence como alguém capaz de enganar Cody Barrett. 10/10
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